A vida é uma escola. Desde a
concepção no útero materno, estamos a aprender. Após o nascimento, o
aprendizado se intensifica. Aprendemos a andar, a falar, somos alfabetizados,
educados e vivemos em
sociedade. As leis dos homens regulam nossas condutas
sociais. O uso e os costumes, a moral e as leis, traçam nosso comportamento.
Dentro dessa escola da vida, alguns homens têm o privilégio de ingressarem numa
faculdade, que se chama Maçonaria. Alguns terminarão o curso e receberão o
diploma. Outros desistem no início, no meio ou no fim. Outros ainda, são
reprovados e perdem a oportunidade. São, o livre arbítrio e as regras do curso.
A faculdade começa na iniciação e termina na diplomação, que é a comunhão total
e final, cuja banca examinadora é o Tribunal de nossa consciência e a
misericórdia do Grande Arquiteto do Universo.
A Maçonaria é uma faculdade na vida, que incentiva a pesquisa da verdade, o exercício do amor e da tolerância. Que recomenda o respeito às leis, aos costumes, às autoridades e, sobretudo, à opção religiosa de cada um. A Maçonaria não se preocupa em retribuir as ofensas injustas recebidas pelos que não a conhecem, mas, devemos nos defender mostrando aos nossos algozes o que é a Maçonaria. Filosófica, moral e espiritualista é a Maçonaria. Filosófica, porque leva o homem a se ajudar na busca da verdade que ele procura, a vencer suas paixões e submeter sua vontade à verdadeira razão. É moral, porque só aceita homens de bons costumes, que comem o pão com o suor de seus rostos. É espiritualista, por não admitir ateus em suas fileiras. Aliás, nossa Sublime Ordem é a única organização que transforma em irmãos pessoas de crenças religiosas diferentes, pois nela convivem harmoniosamente católicos, espíritas, protestantes, budistas, maometanos, judeus, etc...
Alguns apressados poderiam pensar
que isso significa que os maçons sejam transformados em seres absolutamente
passivos, submissos, sem o menor interesse pelo que se passa na sociedade, em
nosso país e no mundo. Outra inverdade, pois os maçons se preocupam com tudo o
que acontece, a Maçonaria é universal. Se os maçons têm como compromisso maior
a busca incessante da verdade, é claro que precisam exercitar continuadamente o
direito de pensar em soluções que possam eliminar o mal, sem destruir o homem.
Ela tem seus métodos próprios de ação, conhecidos pelos verdadeiros maçons, os
quais são agentes da paz e chamam os conflitos armados de a estupidez da guerra,
da guerrilha, do terrorismo, do radicalismo e da ignorância.
A Maçonaria sempre se colocou a
favor da liberdade, contrária a qualquer tipo de opressão que sonegue ao ser
humano o direito de pensar. Jamais pode ser radical, pois a virtude mora no
meio, no bom senso, na equidade e isonomia. Mas, como exige de seus adeptos uma
vida de constante exercício de cavar masmorras aos vícios e erguer templos às
virtudes, ela sabe que o maior ensinamento que os maçons possam oferecer reside
no exemplo oferecido por cada pedreiro livre, que não se esquece da polimento
da pedra bruta que somos e da necessidade de erigirmos nosso templo interior. É
aí que valorizamos o entendimento de Cícero: Sou livre porque sou escravo da
lei! “Andar na lei” é difícil, fácil é andar fora dela. O maçom sabe que uma
vida digna equivale a um templo erguido à virtude e que somente terá vencido
suas paixões quando houver aprendido a respeitar e a amar cada ser humano,
nunca se acovardando quando tiver de exigir de qualquer um o cumprimento da
lei. Principalmente diante da covardia de maiorias que procuram esmagar
impiedosamente as minorias, ou fanáticos que usam métodos covardes para valerem
suas condutas.
A Maçonaria combate a hipocrisia,
o fanatismo, a intolerância. E combate esses males procurando conduzir os
homens ao entendimento, única forma de se conseguir a paz permanente, pregando
a misericórdia para com os vencidos. Para nossa Ordem, o vencedor deve ser
sempre a humanidade. Portanto, todos os maçons são concitados a uma conduta de
vida capaz de levar consolo a quem sofre, a comida a quem tem fome, o agasalho
a quem tem frio, uma toalha macia para enxugar as lágrimas de nossos
semelhantes, a levar o conhecimento a quem o deseja. Sabe a nossa Instituição
que quanto mais se propagar a luz, menor será a ser o espaço a ser ocupado pela
trevas. Com isso poderemos nos guiar mais seguramente na direção do GRANDE
ARQUITETO DO UNIVERSO, luz irradiante que será o próprio caminho do amor, da
fraternidade e da tolerância per omnia secula seculorum!
Não somos – e estamos longe de
sermos – uma confraria de anjos, arcanjos ou querubins. Simplesmente homens
buscando a prática do bem sem olhar a quem, sem alarde, sem soar a trombeta.
Uma faculdade na escola da vida, onde temos o privilégio de podermos conhecer a
fé, a esperança e a caridade, sem necessidade de apegarmos a alguma religião ou
seita. Conseguimos o que muitos acham impossível, ou seja, a reunião de homens
de todas as crenças, unidos pelo laço da irmandade, pelo pensamento uníssono de
que pela boa obra, se conhece o bom pedreiro. Enquanto algumas religiões se
dizem donas da verdade, nós estamos à busca dela sem querermos ser seu dono.
Não nos interessa a transmutação dos metais, não nos interessa interferirmos na
fé alheia. O que nos interessa é o exercício da caridade, pois sabemos que sem
ela não há salvação. Não existe fé sem caridade, sem esperança e sem amor. A fé
nos põe em contato com o criador, na sintonia de emissor e receptor. Somente
palavras ou pensamentos não nos põe em sintonia com Ele, pois se assim fosse,
os fariseus que praticavam com grande pontualidade os ritos prescritos e a
grande importância aos estudos das Escrituras, não teriam sido convidados a
deixarem o templo, mencionados pelos Evangelhos como hipócritas e orgulhosos.
Podemos concluir sem medo de
errar, que só a maldade e a desinformação são capazes de rotular a Maçonaria
como contrária a fé. O comportamento digno que nossa Ordem impõem a seus
membros honrará, certamente, a qualquer profissão de fé religiosa, pois cada um
de nós tem o direito de professar e praticar sua religião no mundo profano.
Garante a Constituição brasileira que é inviolável a liberdade de consciência e
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de cultos e as suas
liturgias. Em Templo
Maçônico deixamos do lado de fora as diferenças religiosas e
passamos à pratica comum da igualdade, liberdade e fraternidade. Oh! Como é bom
agradável viverem unidos os irmãos.
Os rótulos nem sempre garantem o
conteúdo. Por isso, nosso Templo Interior é que deve permanecer sempre limpo,
livre da sujeira que as iniqüidades provocam, iluminado pelo verdadeiro amor,
sempre nos permitindo lembrar que o nosso conhecimento é apenas uma gota diante
de um oceano de coisas que ignoramos. Ensina-nos a Maçonaria que o GRANDE
ARQUITETO DO UNIVERSO é uma fonte perene de amor, sempre pronto a permitir o
soerguimento de qualquer um que queira se levantar. Como Ele saberá, a qualquer
tempo, separar o joio do trigo, nós, os maçons, somos sempre recomendados a
produzir mais trigo, mais trigo, mais trigo...
Este trabalho foi baseado em
artigos de autoria do maçom Pedro campos de Miranda – Loja Maçônica Spinosa 181
– com emendas do maçom Carlos Augusto Camargo da Silva – Loja Maçônica Estrêla
Caldense de Poços de Caldas/MG
Fonte: Loja Maçônica Estrêla Caldense de Poços de Caldas/MG
Fonte: Loja Maçônica Estrêla Caldense de Poços de Caldas/MG
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