As pessoas, de uma forma geral, ainda não incorporaram a ideia de que
estas políticas de austeridade furiosa não são consequência de nenhuma
necessidade de reajustamento de défices ou dívidas públicas, mas um programa
bem delineado de empobrecimento geral de toda a Europa. Continua-se a preferir
apelidar de erros, de políticos impreparados, de ingenuidades…, uma cultura que
se recusa a admitir que o mal existe, que há pessoas maldosas que procuraram
outras sem escrúpulos para executarem as suas políticas.
Desenganem-se. Tal como fui escrevendo de há uns anos a esta parte (ver links), o que está em causa é que o capital de investimento global, de cara escondida em fundos, descobriu que se dá muito melhor com a ditadura de capitalismo de estado chinesa do que com as Democracias Representativas, com os Direitos Humanos e a valorização do trabalho. O capital despediu-se da Democracia que o promoveu na Europa e nos EEUU e rumou a Oriente, onde obtém retornos rápidos, seguros, muito mais elevados à custa de um poder político ditatorial que escraviza a mão-de-obra.
Desenganem-se. Tal como fui escrevendo de há uns anos a esta parte (ver links), o que está em causa é que o capital de investimento global, de cara escondida em fundos, descobriu que se dá muito melhor com a ditadura de capitalismo de estado chinesa do que com as Democracias Representativas, com os Direitos Humanos e a valorização do trabalho. O capital despediu-se da Democracia que o promoveu na Europa e nos EEUU e rumou a Oriente, onde obtém retornos rápidos, seguros, muito mais elevados à custa de um poder político ditatorial que escraviza a mão-de-obra.
Não se
trata de um erro, de uma previsão incorrecta, de um erro de excel, mas de uma
política bem delineada para empobrecer os cidadãos europeus e norte-americanos
e deslocar toda a criação de riqueza (industrial) para os paraísos
esclavagistas.
Já poucas armas temos para impedir este processo em fase já muito adiantada, mas uma há que, repito, uma e só uma, que podemos usar – o facto de ainda sermos (Europa e EEUU) os maiores consumidores do mundo. Denunciar o Acordo de Livre Comércio entre os EEUU e Europa com a China é política de bom-senso, uma vez que se trata de um mercado de concorrência desleal, que não respeita os Direitos Humanos mais elementares. E a produção que se deslocou para a China não produzirá riqueza nem propiciará retorno ao capital de investimento global se não comprarmos os seus produtos.
Já poucas armas temos para impedir este processo em fase já muito adiantada, mas uma há que, repito, uma e só uma, que podemos usar – o facto de ainda sermos (Europa e EEUU) os maiores consumidores do mundo. Denunciar o Acordo de Livre Comércio entre os EEUU e Europa com a China é política de bom-senso, uma vez que se trata de um mercado de concorrência desleal, que não respeita os Direitos Humanos mais elementares. E a produção que se deslocou para a China não produzirá riqueza nem propiciará retorno ao capital de investimento global se não comprarmos os seus produtos.
Estarmos
atentos a este processo de capitalismo global da alta-finança, perseverantes na
defesa dos nossos interesses é nossa obrigação, mesmo quando nos atacarem com o
fantasma de que uma medida dessas fosse contra a liberdade de circulação de
capitais ou será impossível um retorno ao proteccionismo.
O
retorno ao proteccionismo relativamente a Estados que promovem uma concorrência
desleal e não respeitam os Direitos Humanos é uma necessidade e uma obrigação
para quem pretende defender os cidadãos europeus e norte-americanos e a
Democracia Representativa.
O estudo
agora produzido pela OXFAM, A Cautionary Tale: The true
cost of austerity and inequality in Europe, merece a nossa
atenção uma vez que, apesar de ainda não assumir que esta austeridade furiosa é
uma política concertada e não um erro, coloca em evidência algumas constatações
e tendências preocupantes, nomeadamente: - 1/3 da população europeia estará na
pobreza em 2025; - as medidas de austeridade não estão a conseguir reduzir o
nível de endividamento tal como se supunha que fariam, nem a impulsionar um
crescimento económico inclusivo; - Grécia, Portugal e Espanha aplicaram
políticas dirigidas a desmantelar os sistemas de negociação colectiva, o que
provavelmente se traduzirá no aumento da desigualdade e na queda contínua do
valor real dos salários; - entre 2010 e 2011 a desigualdade nos rendimentos tem
beneficiado as elites económicas.
Fonte: (http://ideias-soltas.net/2013/09/16/a-politica-de-empobrecimento-e-a-defesa-da-democracia-representativa)