A humilhação constitui um risco invisível, porém concreto nas
relações de trabalho e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, revelando uma
das formas mais poderosa de violência sutil nas relações organizacionais, sendo
mais freqüente com as mulheres e adoecidos. Sua reposição se realiza
’invisivelmente’ nas práticas perversas e arrogantes das relações autoritárias
na empresa e sociedade. A humilhação repetitiva e prolongada tornou-se prática
costumeira no interior das empresas, onde predomina o menosprezo e indiferença
pelo sofrimento dos trabalhadores/as, que mesmo adoecidos/as, continuam
trabalhando.
Freqüentemente os trabalhadores/as adoecidos são
responsabilizados/as pela queda da produção, acidentes e doenças,
desqualificação profissional, demissão e conseqüente desemprego. São atitudes
como estas que reforçam o medo individual ao mesmo tempo em que aumenta a
submissão coletiva construída e alicerçada no medo. Por medo, passam a produzir
acima de suas forças, ocultando suas queixas e evitando, simultaneamente, serem
humilhados/as e demitidos/as.
Os laços afetivos que permitem a resistência, a troca de
informações e comunicações entre colegas, se tornam ’alvo preferencial’ de
controle das chefias se ’alguém’ do grupo, transgride a norma instituída. A
violência no intramuros se concretiza em intimidações, difamações, ironias e
constrangimento do ’transgressor’ diante de todos, como forma de impor controle
e manter a ordem.
Em muitas sociedades, ridicularizar ou ironizar crianças constitui
uma forma eficaz de controle, pois ser alvo de ironias entre os amigos é
devastador e simultaneamente depressivo. Neste sentido, as
ironias mostram-se mais eficazes que o próprio castigo. O/A
trabalhador/a humilhado/a ou constrangido/a passa a vivenciar depressão,
angustia, distúrbios do sono, conflitos internos e sentimentos confusos que
reafirmam o sentimento de fracasso e inutilidade.
As emoções são constitutivas de nosso ser, independente do sexo.
Entretanto a manifestação dos sentimentos e emoções nas situações de humilhação
e constrangimentos são diferenciadas segundo o sexo: enquanto as mulheres são
mais humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos
e mágoas, estranhando o ambiente ao qual identificava como seu, os homens
sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade
de vingar-se. Sentem-se envergonhados diante da mulher e dos filhos,
sobressaindo o sentimento de inutilidade, fracasso e baixa auto-estima.
Isolam-se da família, evitam contar o acontecido aos amigos, passando a
vivenciar sentimentos de irritabilidade, vazio, revolta e fracasso.
Passam a conviver com depressão, palpitações, tremores, distúrbios
do sono, hipertensão, distúrbios digestivos, dores generalizadas, alteração da
libido e pensamentos ou tentativas de suicídios que configuram um cotidiano
sofrido. É este sofrimento imposto nas relações de trabalho que revela o
adoecer, pois o que adoece as pessoas é viver uma vida que não desejam, não
escolheram e não suportam.Obs.
Acredito que no Estado do Pará isso não acontece,
se você leitor conhece algum caso de assédio moral em outro estado da
federação. Envie-nos que teremos o maior prazer em compartilhar, esse material
foi enviado por um anônimo.
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